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A Inspiração do Preto e Branco

9 de junho de 2008
Maurizio Polese
foto de  Maurizio Polese

Tem um portal que hoje publica um estudo sobre o mau-humor das segundas-feiras. Contrariando este mau-humorado mito e oferecendo coisas positivas, um outro site, de designing, mostra sua “Inspiração das Segundas-Feiras” (mais bonito no original, “Monday Inspiration Serie”).

O Smashing Magazine, direcionado a designers e desenvolvedores de sites, publica hoje uma belíssima homenagem à fotografia em Preto e Branco. Para eles, trata-se de uma modesta tentativa de inspirar os designers a usar preto e branco, ao invés de páginas hiper coloridas.

Para nós, fotógrafos, não é só inspirador, mas como diria certo astrólogo, uma hora de rever as origens do que nos trouxe até aqui.

Não vou dizer quem me passou este link para não sentir a inveja do mundo jornalístico, mas é uma pessoa sensacional, garanto.

Tesouro em Caixas de Papelão

27 de janeiro de 2008

Sabe a velha história de guardar negativos em caixas de papelão? Pois três delas estão sendo consideradas o mais valioso tesouro para a história da Fotografia. Elas guardam os negativos de Robert Capa com sua cobertura da guerra civil espanhola, dados como perdidos desde a invasão nazista da França, de onde fugiu em 1939.
O achado, que envolve um general mexicano e seu sobrinho cineasta, um professor da Queens College e curadores do International Center of Photography (ICP), tem uma história incrível, com algum suspense e foi contada com detalhes em matéria de Randy Kennedy , no New York Times.

Junto com os negativos de Capa, havia também negativos de Gerda Taro e David Seymour, totalizando cerca de 3.500 originais.

capa1.jpg reprodução NYT

Desnecessário relevar a importância de Capa para o fotojornalismo. Depois dele e de sua máxima (“se suas fotos não são tão boas é porque você não chegou perto o suficiente” – “If your pictures aren’t good enough, you’re not close enough”) a cobertura de guerra mudou de rumo e de liguagem. Suas fotos da invasão da Normandia por exemplo, serviram de storyboard para filmes de guerra.

As caixas – que estão sendo chamadas de “the Mexican suitcase” – eram dadas como perdidas por Capa e provavelmente pelo próprio responsável por “salvá-las”, Imre Weisz, amigo, também húngaro e fotógrafo, que as teria levado de Paris a Marselha. De alguma forma, as caixas chegaram às mãos do diplomata mexicano General Aguilar Gonzalez, depois que Weisz foi preso. De volta ao México, nem Gonzalez nem Weisz (que também morou no México, depois de libertado) tocaram mais no assunto. Todo mundo foi morrendo e num dia de 1995 um professor do Queens College, onde ocorria uma mostra de fotos de guerra, recebeu o telefonema do cineasta que afirmava ter negativos de outras fotos de Capa. Iniciou-se uma longa negociação, que incluiu encontros onde o cineasta, que não quer ser identificado, simplesmente não apareceu.

Depois de mais de 70 anos em caixas de papelão, os negativos da “Mala Mexicana” estão desde dezembro sob a guarda do ICP, em Nova Iorque. Para todos os envolvidos há muito o que vasculhar, inclusive se a foto mais famosa de Robert Capa, The Soldier Falling – que mostra um soldado legalista no momento em que é atingido por um tiro – foi montada ou não. Aliás, na matéria do NYT há inclusive a suposição da foto não ser de Capa, mas de sua companheira, Gerda Taro.
Mas, aí, a história se tornará mais incrível ainda.

capa2.jpg The Soldier Falling, de Robert Capa